Por Eric Filardi
O Água Santa tem adotado uma estratégia tradicional no futebol para manter o grupo engajado: a distribuição de premiações por metas alcançadas. Durante a fase de grupos do Campeonato Paulista, a diretoria destinou R$ 120 mil como recompensa para cada um dos sete triunfos da equipe no torneio.
Para garantir o comprometimento geral, o clube estabeleceu que o valor do prêmio deve ser dividido entre todos os colaboradores, incluindo atletas, comissão técnica, roupeiros, massagistas, cozinheiros e até gandulas. Dessa forma, ninguém fica de fora. A regra é simples: venceu, recebeu, e o pagamento é efetuado no dia seguinte à vitória. Os jogadores titulares, naturalmente, recebem a maior parte da quantia, mas reservas e até mesmo aqueles que não foram relacionados para a partida também são contemplados.
Esse sistema tem um impacto direto na moral do grupo, pois assegura que todos, independentemente do tempo em campo, sintam-se valorizados e sigam empenhados nos treinamentos. Segundo o site Transfermarkt, o elenco do Água Santa tem uma avaliação de mercado na casa dos R$ 20 milhões.
Enquanto o Água Santa trabalha com um orçamento mais modesto, o Palmeiras vive uma realidade completamente distinta. Atual campeão brasileiro, o Verdão possui o elenco mais valioso da Série A e é um dos clubes mais ativos no mercado de transferências. Conforme estimado pelo Transfermarkt, o plantel alviverde está avaliado em 220 milhões de euros (aproximadamente R$ 1,2 bilhão). Para efeito de comparação, a soma do valor de todos os times da Série B do Brasileirão chega a 251 milhões de euros (cerca de R$ 1,37 bilhão).
Nos últimos anos, o Palmeiras se destacou na negociação de jovens talentos formados em sua base, movimentando mais de R$ 1 bilhão com as transferências de Endrick, Estêvão, Luis Guilherme, Artur e Kevin.
A transação mais recente envolveu Estêvão, negociado com o Chelsea por 61,5 milhões de euros (R$ 358 milhões). O acordo prevê 45 milhões de euros (R$ 262 milhões) fixos, além de 16,5 milhões de euros (R$ 96 milhões) vinculados a objetivos de desempenho. O Palmeiras detinha 70% dos direitos econômicos do jogador e pode arrecadar até R$ 250 milhões, caso as metas sejam cumpridas.
O mesmo modelo foi adotado na venda de Endrick ao Real Madrid, fechada por 60 milhões de euros (R$ 337 milhões na época). Do montante total, 35 milhões de euros (R$ 198 milhões) eram garantidos, enquanto 25 milhões de euros (R$ 141 milhões) dependiam de bônus. Luis Guilherme também seguiu para a Europa, acertando com o West Ham por 30 milhões de euros (R$ 175 milhões), sendo 23 milhões de euros pagos imediatamente e 7 milhões de euros condicionados ao cumprimento de metas.
Dessa forma, enquanto o Água Santa aposta em bonificações internas para manter o grupo motivado, o Palmeiras segue se destacando pelas milionárias vendas de suas promessas, consolidando-se como uma potência financeira no futebol brasileiro.
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